"O meu querido tempo"
Hoje levantei um pouco cansada de tudo isso, de mim mesma, de corpo e também de alma.
Como se estivessem pesados, meus ombros pedem um descanso de algo que nem está apoiado neles.
Olho me no espelho e vejo alguém que precisa de uma pausa: um intervalo ou até mesmo um ponto final para começar uma nova fase, bem dizer uma reabilitação na alma.
Normalmente, nós acordamos um pouquinho mais sossegadas e calmas, com os movimentos lentos de quem ainda não assimilou o dia que virá pela frente. Mas, por aqui, a sensação era de quem havia corrido uma maratona: exausta, eu só queria tirar toda aquela roupa e tomar um banho.
A roupa era tudo o que estava marcado em mim. Já o banho poderia ser as águas de novas experiências ou, sei lá, uma nova vida. Era isso: acordei na ressaca de uma versão de mim que eu não queria mais, com a qual já não me identificava. Daqui para frente, tudo ao meu redor clamava por novidade e paz.
Se tivesse como deixar no chão da casa de banho tudo aquilo que passou, eu deixaria. E sairia dali dando os primeiros passos e escrevendo as primeiras linhas de um novo capítulo, mesmo que ele começasse assim, de forma tão simples, na travessia até o meu quarto.
Porque eu me sinto exausta.
Sinto me fatigada e a procura de uma forma de começar algo novo, uma mistura de desapego e exaustão misturada com aborrecimento.
Agosto passou e não fechou uma boa conta e, agora, me sinto em dívida, mas ainda pretendo gastar mais um pouco. Na verdade, nem sei o que quero, porque não me enxergo mais em mim mesma.
A vontade é apenas uma: me revigorar.
Sentir aquele frescor de banho de praia , do vento rápido no rosto, do frio na barriga da paixão.
Mas eu não sei por onde começar… só sei que, aqui dentro, segue apenas a vontade de me libertar desta caixa que me prende e colocar o rosto para fora, inspirando aquilo que sei que está por vir.
Preciso de vibes novas e de se reinventar; mas como?
Essa e a pergunta que espero que o tempo responda e de realize o que quero.
Sinto que a monotonia agarrou ou melhor abracou todos os meus sentidos
Mas fazer o que?!
O meu querido tempo tem as repostas.